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Drones de Pulverização, curiosidade ou realidade?

Não há como negar, os Drones (ARP, Aeronaves remotamente pilotadas, de acordo com a Legislação brasileira), são uma realidade e devem tornar-se cada vez presentes em diversas atividades humanas. São inúmeros modelos de diversos tamanhos e finalidades, desde modelos para recreação e geração de imagens até modelos militares que ultrapassam os 150 kg, classe I.


No setor agrícola além de nos propiciarem novas visões de nossas lavouras, existem os modelos que executam tarefas anteriormente realizadas por pessoas, tratores e equipamentos autopropelidos. Os produtores de cana de açúcar já utilizam drones para distribuir parasitas ou predadores (denominados de macro biológicos) em grandes extensões, eliminando assim o trabalho manual em ambiente insalubre.


Mas quanto a pulverização de lavouras com produtos químicos ou biológicos, o quanto esta tecnologia poderá substituir as atuais tecnologias? Quanto a este questionamento é preciso separar a resposta naquilo que hoje existe e é operado economicamente, daquilo que chegará ao mercado em pouco tempo e será objeto de legislação específica.




Abrindo um parêntese no texto, cabe ressaltar que abordei a questão da legislação, pois em setembro de 2021 foi publicada pelo MAPA (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento) a Portaria 298, que estabelece regras para operação de aeronaves remotamente pilotadas destinadas à aplicação de agrotóxicos e afins, adjuvantes, fertilizantes, inoculantes, corretivos e sementes. Assim sendo é muito importante que agricultores e técnicos respeitem a legislação, pois trata-se de manuseio, transporte e aplicação de produtos que podem trazer risco a pessoas e ao meio ambiente.


Além dos riscos envolvidos temos que atentar que existe legislação específica para uso de aeronaves, entre elas os drones, portanto é imprescindível que antes de sair por aí pulverizando com drones se conheça em detalhes a legislação específica sobre operação de aeronaves remotamente pilotadas.


Voltando ao tema, na atualidade os drones para pulverizações disponíveis no mercado em sua ampla maioria atendem a legislação como classe III (abaixo de 25 kg), portanto estão limitados quanto ao volume de carga a ser aplicado em cada operação de decolagem e pouso, porém mesmo com esta limitação já existem várias aplicações viáveis de serem executadas com este tipo de equipamento. Entre estas aplicações podemos citar:


  • Acesso a áreas com declividade onde tratores tem dificuldade de acesso;

  • Áreas encharcadas, como por exemplo o cultivo de arroz;

  • Complementação de aplicações aéreas em locais da lavoura onde a operação com aviões não consegue atingir, tais como locais próximos a moradias, beirada de áreas de preservação entre outras situações.

  • Pulverizações em lavouras onde a aplicação é realizada por meio de pulverizadores costais, eliminando assim riscos de contaminação dos aplicadores.

  • Áreas de milho, ou culturas de porte mais alto, em propriedades que necessitam contratar serviços de pulverização com autopropelido, onde um novo rastro de pulverização trará perdas econômicas.

  • Controle de reboleiras de plantas invasoras, pragas e doenças, que após ao diagnóstico e localização precisos podem gerar arquivo para aplicação pontual.

  • Possiblidade de aplicações em condições de solo úmido, quando dos pulverizadores tratorizados ainda tem que aguardar melhor condição.

  • Áreas de fruticultura.


É muito provável que existam ainda outras aplicações desta tecnologia não citadas acima, mas o importante é reforçar que nestas aplicações existem benefícios claros, tais como registrar vazão, local de aplicação, condições ambientais e área aplicada. Também temos que citar o efeito downwash, que permite que aplicação tenha excelente qualidade mesmo em baixas vazões, além de economia de água produtos químicos entre outros.


E quanto ao futuro: o que podemos esperar? Não é segredo nenhum que a tecnologia nos surpreende com inovações cada vez mais surpreendentes, com a evolução dos drones não será diferente, baterias de maior duração criaram novas perspectivas para as Aeronaves Remotamente Pilotadas. Não causará surpresa que num futuro próximo teremos a substituição dos equipamentos de pulverização tradicional por drones, visto que grandes empresas do setor já têm protótipos com capacidade de carga acima de 100 litros.



Texto por: Francisco Nogara Neto - Eng° Agr° MsC


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