A oferta de nutrientes para as plantas é relacionada com a disponibilidade dos elementos químicos essenciais no solo e a velocidade de decomposição dos resíduos de origem vegetal ou animal presentes na terra.
Compreender os processos que controlam a reciclagem e o balanço de nutrientes nos sistemas produtivos é fundamental para a sustentabilidade da lavoura, assim, quando a retirada de nutrientes do solo é maior do que a entrada o resultado é a falta de sustentabilidade das lavouras ao longo do tempo.
O programa AgroEvox tem acompanhado registrando, localizando e quantificando as mudanças de fertilidade ao longo do tempo em lavouras, utilizando imagens de satélite, analises de solos, folhas e monitoramento em campo.
Para melhorar esta compreensão coletamos entre o final de fevereiro e início de março de 2021, 16 amostras de grãos de soja na região de ação da Agro Hara, amostras essas de vários municípios, diferentes produtividades e variedades, que foram levadas a laboratório de referência no qual foram quantificados os teores de nutrientes minerais na amostra (N, P, K, Ca, Mg, S, B, Fe, Zn, Cu, Mn, Mo).
Os resultados encontrados estão resumidos na tabela abaixo.
Dentre os nutrientes avaliados em Kg/t de grãos o Nitrogênio (N) é o que tem a maior quantidade exportada, seguido pelo Potássio (K), ambos com valores maiores que 10 kg/t, na sequência vem Fósforo (P), Cálcio (Ca), Enxofre (S) e Magnésio (Mg), conforme podemos observar no gráfico.
Considerando os nutrientes avaliados em gramas por tonelada de grãos temos o Ferro (Fe) como o nutriente mais extraído seguido por Zinco (Zn), Boro (B), Manganês (Mn), Cobre (Cu) e Molibdênio (Mo).
Estes números nos permitem fazer algumas observações práticas para o planejamento da próxima safra de verão: o Nitrogênio (N), elemento exportado em maior quantidade, se fosse suprido com adubação nitrogenada consumiria com uma produtividade na colheita de 170 sacas/alqueire (10,2 t/alqueire) - o equivalente a 804 kg/alq de uréia, isto se levarmos em conta somente a exportação de grãos e não as necessidades totais da planta. Ou seja, fica claro que a inoculação da soja com Rhizobium e Azospirillum são tecnologias muito eficientes e vantajosas economicamente.
Quando consideramos os fertilizantes consumidos no plantio temos outra situação que em condições monitoradas de fertilidade pode resultar em economia de recursos financeiros na adubação de base. Os nutrientes Fósforo (P) e Potássio (K) são exportados nos grãos de soja em quantidades bem diferentes, para termos uma noção prática destas quantidades, se considerarmos a produtividade acima, 170 sacas por alqueire, teremos a exportação de 54,6 kg/alqueire de fósforo na forma de P2O5 e de 131,9 kg/alqueire de potássio na forma de K2O - que são as formas apresentadas nos fertilizantes.
A quantidade exportada de Potássio na colheita é quase duas vezes e meia maior (2,41) do que a quantidade de Fósforo quando expressas nas suas formas comerciais (K2O e P2O5).
Por fim, a correta recomendação de adubação deverá contar com uma boa análise da fertilidade química, física e biológica do solo, bem como a correta interpretação e recomendação dos resultados por consultores habilitados.
O programa AgroEvox está com o objetivo de aprimorar estas análises e aumentar o conhecimento técnico. Desta forma, na próxima safra faremos novas análises de grãos, separando por níveis de produtividade e variedades. Esse conhecimento técnico e tecnológico se reverte em níveis mais altos de produtividade a cada safra. Por isso, sempre dizemos, AgroEvox é informação como solução!
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